sexta-feira, 11 de maio de 2012

SOCIALIZAÇÃO E LUDICIDADE COM A CRIANÇA DEFICIENTE AUDITIVA

Socialização e ludicidade  com a  criança  deficiente  auditiva

Como uma criança deficiente  auditiva  interagi e brinca como outras crianças ,  adaptando-se e compreendendo  as regras das brincadeiras ? Como  ocorre a apreensão dos sons para esta criança?  Como  o docente  ensina conteúdos a essa criança?  Como esta criança é vista pelo professor e pela  unidade escolar? Quais procedimentos metodológicos podem ser adotados para  que a aprendizagem seja facilitada?  Até que ponto a deficiência interfere na condição de aprendizagem?  Os adultos que lidam com essa criança conseguem diferenciar  a deficiência auditiva da capacidade de aprendizagem?  Porque  ou como esta criança deficiente  auditiva compreende, aprende  e interagi nas brincadeiras?

            Supomos que a criança elabora mentalmente uma imagem para aquelas coisas que gosta, atribuindo a imagem sinais próprios, gestos do outro, reações corporais  e por   observar  os demais  consegue compreender o que se passa ao redor  de modo a    interagir  naquilo que lhe interessa. 
Sendo que  alguns adultos vêem como iguais os deficientes mentais e auditivo,  supomos que isso interfere  na socialização da criança deficiente auditiva de modo a ser considerada   ‘’muda e  surda’’,  ao invés de pontuarem apenas a surdez,  pois o deficiente auditivo não  expressa-se  com a fala oral por não escutar,  mais  ao apreender   libras  sua comunicação é total.
             No mais  sugerimos que nas salas de aula  do ensino regular onde freqüentem alunos deficiente auditivo para que haja inclusão real,  seja permitido a estes alunos com necessidades educacionais especiais o acompanhamento de um especialista em libras tanto para  conduzir o entendimento do aluno ,  quanto  para  favorecer a comunicação entre este e os  demais.  

Publico alvo:

·        Alunos deficiente  auditivo na Educação Infantil  pré-escolar inseridos no ensino regular .
·        Familiares  de aluno deficiente auditivo;
·        Equipe escolar da referida unidade;
·        Comunidade na qual está inserida a escola. 

Objetivo geral

·         Realizar pesquisa nas classes de Educação Infantil pré-escolar  para estudo de caso, considerando o comportamento do deficiente auditivo como base da pesquisa.
·         Pesquisar  a interação inclusiva nas brincadeiras, no lúdico didático e  na socialização.
·         Relatar a visão de pais, professores e das próprias crianças para com o deficiente auditivo.
·         Informar à sociedade que deficiência auditiva e deficiência mental são diferentes.

Objetivos específicos.

·         Provocar a  ação desejante  por  apreender   através do lúdico;
·         Identificar comportamentos que efetive o contato social;
·         Observar   como  a criança deficiente auditiva  manuseia objetos sonoros;
·         Verificar se os pontos que dificultam a aprendizagem dependem exclusivamente da deficiência auditiva;
·         Destacar a integração do  surdo em determinado meio cultural escolar;
·         Observar como ocorre a apreensão dos sons para a crianças com necessidades  educacionais especiais   auditiva.
·         Aprimorar materiais lúdicos para favorecer a inclusão da criança com deficiência  auditiva em atividades lúdicas  nas  idades entre 5 anos e 6 anos.
·         Sugerir junto a Secretária de Educação  a participação da família  do  deficiente  auditivo    em  aulas  de linguagem em nível de recepção e emissão oral  da utilização da Língua Brasileira de Sinais;
·         Distribuir folhetos informando a comunidade a diferença entre deficiência auditiva e mental.
·         Promover palestra com  psicopedagoga e fonoaudióloga  para informar  a comunidade escolar  como a unidade pode incluir o surdo.

Período:
Um  ano.


Justificativa

‘’No brincar a criança projeta as atividades adultas da sua cultura, que pressupõe seus futuros papéis e valores’’ Vygotsky ( 2007 ). É possível que brincando a criança   aprimore  as idéias que possui, os sons maternos, assim  quanto mais  a criança   for exposta ao contato social,  mais  ela vai desenvolver áreas da sua aprendizagem,  quanto a  isso Freire (1977 p.35) vai dizer que ‘’não há  educação fora das  sociedades humanas e não há homem vazio’’.
 A Constituição Federal (1988 – Art. 208 e 227 )  vem nos lembrar que o  dever  do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino.  E como um meio  complementar  a   Lei Federal CORDE 7.853 (1989) que  regulamenta o   Decreto 3.298 (1999)- Art.24 a 29 –  vai exigir  a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
A linguagem na comunicação social  humana  demanda  abstração e a codificação,por isso deve ser simples e desprovida de muitos símbolos,sendo que crianças com necessidades educacionais especiais necessitam  da simplicidade comunicativa pois  a ação verbal tem que ser decodificada e codificada mentalmente para que tenha sentido,  com base nisso  afirmamos que a  linguagem esta ligada a capacidade simbólica e a representação principalmente nos deficientes auditivos.  Por isso apontamos  a Lei Federal 10.436 (2002), que  dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, como uma nova  língua  garantidora da inclusão comunicativa para com o deficiente auditivo.  Que deveria ser obrigatória nas classes do ensino regular onde estes alunos estão inseridos
A comunicação gestual se desenvolve primordialmente por ser menos complexas e requer habilidades psicomotoras coordenativas. Já a psicomotricidade que resulta da ação do sistema nervoso sobre o muscular requer um pouco mais de tempo e treino para que seja estimulada e desenvolvida.

PROCEDIMENTOS

Ações iniciais:
·                  Reuniões com o grupo de discentes da UESC, que   idealizou o projeto para  elaborar a entrevista,  marcar dia para visitar a escola...
·                  Visitas a unidades escolares da Educação Infantil pré-escolar.
·                  Entrevistas com docentes da unidade, pais de alunos, diretor e coordenador da unidade, bem como com pessoas da comunidade onde esta localizada a escola.
·                  Determinação inicial de qual caso será  aprofundado  na pesquisa.

Ações seguintes:

·         Estudo de caso da criança deficiente auditiva considerando a interação e a socialização no ambiente escolar e na comunidade na qual esta inserida.
·         Analise dos dados das pesquisas.
·         Quantificar e qualificar os dados conseguidos;
·         Sugestão junto a unidade escolar de palestra com a psicopedagoga ou psicóloga sobre a inclusão  do deficiente auditivo.
·         Confecção de folheto explicativo diferenciando   deficiente  mental de deficiente auditivo.
·         Buscar  junto a comunidade de recursos para imprimir os folhetos.
·         Culminância com divulgação dos resultados da pesquisa para com a comunidade.
·         Relatório  da  escrito  da pesquisa 



Considerações  finais

Em  Amargosa  em muitas comunidades tanto da zona rural quanto urbana,  muitos  deficientes auditivos são vistos e considerados pela família  e pelos demais como deficiente  mental, e isso necessita ser modificado.  Assim com essa visão preconceituosa a criança já na pré-escola é rotulada sem que a mesma tenha a oportunidade de mostra à diferença.
Algumas de nós já tivemos alunos surdo,  e  na época não possuíamos  o conhecimento que nos foi oferecido pela UESC,  dado a isso tivemos muitas  dificuldades para trabalhar com essas crianças,  não sabíamos como facilitar a aprendizagem desta criança, nem  como ajudar esta criança que sempre era excluída  na interação com os outros alunos. A família sempre dificultava a aprendizagem afirmando que ‘’a criança estava ali por que era obrigada mais sabiam que este não aprenderia nada’’.
            Na comunidade estas crianças ou ficavam escondidas em casa saindo apenas para ir à escola ou não saiam por nada.  A relação entre professor e aluno era sempre angustiante, pois o docente ignorava a capacidade do deficiente auditivo e passava a gesticular apontando coisas e lugares ao invés de buscar qualificação profissional ou oportunizar a criança surda em experiências orais ao falar e  mostrar o banheiro  em contrario de só mostrar, por exemplo .
            Quando inicia o ano letivo é disponibilizado  para a professor uma turma com mais de 30 alunos, entre os quais há crianças com variadas deficiências e o docente despreparado  não sabe o que fazer com este aluno. Tem apenas uma certeza enganosa de que o aluno com NEE, não vai aprender tanto quanto os outros, como se a deficiência biológica determinasse a capacidade de aprendizagem que sabemos ser fator cognitivo.
Considerando estas situações a cima citadas e tantas outras, e com base no conhecimento adquirido na disciplina Educação Inclusiva,  nos sentimos na condição de  agentes multiplicadores, com o direito e a obrigação de repassar o que nos foi ensinado

Referencias:

A criança surda. GOLDFELD, Marcia. Linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 2ª Ed. Plexus: 2002.  P. 170
Pedagogia: Educação Especial – EAD: módulos 1 a 4, volume 1 / Elaboração de conteúdos: Maria Angela ,Monteiro Corrêa .-Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ: UAB/UESC,2010.

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