sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cordel: Morreu Seu Fiado;

Não pensei que um dia
 Isso fosse acontecer
Não esperava que
 Seu Fiado iria morrer
Foi um dia
Por acaso
Que a alegria  me  faltou
 Morreu então Fiado
E a agonia me alcançou
A noticia recebi
De um senhor Leoné
Que por acaso conheci
Na venda do Cafona
Que noticiou
Sem ‘’embroma’’  
A morte como é !
Quando um aviso li...
E lá estava escrito
Pra quem quisesse lê
A  noticia era triste
Mas vou conta a você:
A placa estava a dizer:
- ‘’Acaba de falecer
Neste estabelecimento
Seu “fiado”’
Comunicativo e cheio de talento
Deixou viúva dona conta Camargo’’!
Desesperaram-se seus dois filhos
Sr. Caloteiro e Seu  Velhaco Brito
Dispensaram as  flores e...
Lamentavam aos gritos;
Pediam para o enterro:
Tragam só o dinheiro!
 Em real, dólar ou talento
 O enterro será hoje,
 Na hora do pagamento
Ocorrerá aqui mesmo
 Neste estabelecimento
A choradeira não parava
O comprador insistia:
A conta foi aumentada
Como pode! Esta carestia! 
O fiado é como barba
Se o sujeito não cortar,
Cobre toda a cara.
E não tem prece que para!
Dona conta era alta e grande
Velhaco não estava feliz
Caloteiro elegante
Entoa assoante:
Um dia lhe pagarei seu Ramirez
Seu fiado foi honesto
Tinha a intenção de sanar
Mas sua família coitada
Não podia pagar
Se você tem uma vendinha
Bar ou mercearia
Cuidado com seu fiado...
Se o cliente não paga em dia
  este cordel a ele de cortesia;
Ouçam esse conselho meu
Lá na vendinha ele não vai mais
Porque faleceu.
Mas as más línguas afirmam
Que ele não morreu
Fiado é como casca de banana
Disse Zeca Abreu
Deixando  a banana sem nada
Você entendeu?
Vendi   a fiado
 E fiquei  totalmente pelado
Então aprendi um jeito
Já avisei as irmãs:
Fiado aqui é aceito
Porém só amanhã!
Após com padre preto conversar
 E  o juiz  de São Nunca  autorizar.
Fiado mudou de nome
Agora é cartão ou  carnê
Velhaco e Caloteiro
Aprenderam a lição
Com o  cadastro no SPC
Entraram no sistema de proteção
Lá tem nome com todo o ABC

Jucci  Pinheiro

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