Este projeto foi desenvolvido em 2009, partindo dá preocupação que tive em identificar em meu pai um analfabeto rico de histórias de vida e mais letrado que muitos estudiosos. Este foi oferecido em algumas secretárias Municipais que optaram por usar a ideia a seu modo. O projeto tem como objetivo oferecer possibilidades de ampliação de conhecimentos, saberes e fazeres sobre o processo formativo dos falantes, nos usos e atribuições de suas falas, bem como a valorização das diversidades lingüísticas através do conhecimento, buscando contribuir para o desenvolvimento educativo e oferecendo ao educando ações específicas e condições gradativas de analise fonética e estrutural para ampliar seu vocabulário e alcançar o letramento real. Buscando lograr uma opção mais ampla sugiro a literatura de cordel como veículo atual, intenso e ímpar para fomentar no jovem moderno, a curiosidade e a capacidade de desenvolver-se como leitor hábil, culto e um valorizador sócio-cultural pois esta forma de literatura aproxima-se mais da regionalidade cultural que nos cerca por ser elaborada na simplicidade subjetiva do próprio autor. Para sua efetivação recorrerei as TICs para ampliar o repertório de conhecimentos formativos dos alunos, bem como ao cotidiano e suas peculiaridades. Será desenvolvido por meio oficinas, aulas expositivas e participativa organizadas pelas escolas, a fim de estabelecer momentos de estudos e análise das variedades dos falares e seus falantes na ação educativa.
INTRODUÇÃO
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A maneira de pensar a educação considera que alfabetizar é ensinar a ler, sendo que a palavra alfabetizar advêm de alfabeto, e essa palavra aparentemente insonte contém uma teoria de como se aprende a ler, assim esquecem-se que do principal que o educando traz quando chega a escola que é a língua materna e um vocabulário rico e perfeitamente compreensível por ele e por seus iguais.
Diante de tantas concepções, abordagens para pensar a educação, sobrevivem os sistemas que preservam a reprodução das desigualdades e a difusão de idéias que legitimam a opressão e a subserviência do tradicionalismo comportamentalista, porém também pode parir a pregação da liberdade, da justiça social, dos direitos humanos e da construção da cidadania.
O educando aprende a lê quando fica fascinado com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a ‘’estória’’. Ademais, é bastante comum, em nossa sociedade, encontrarmos pessoas que, mesmo tendo sido alfabetizadas, não desenvolveram uma prática de leitura efetiva.
Um importante aspecto a considerar quanto a fundamentação da leitura e da escrita na aprendizagem é que os educando são diferentes, apresentam características individuais para estruturar seu pensamento e não podem ser ensinados, sem que adquiriam a habilidade de compreensão escolar, que é diferente de sua realidade.
A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e o ouvinte escuta com prazer as delícias da leitura ouvida, ele se volta para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Desejando decifrá-los, compreendê-los; Porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro como as imagens insinuam; Assim o ouvinte deseja autonomia para ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está lendo.
De igual modo quando o educando é autor do assunto escutado, as palavras ganham um sentido e uma sonoridade que é capaz de despertar a autonomia e o desejo de grafar as janelas imaginárias de suas ideias por longos momentos e cabe ao educador ser este ser habilitado para cavoucar este despertar.
Muitas crianças avançam para as séries seguintes sem conseguir decodificar com entendimento o que elas mesmas escreveram. Em muitos casos estes estudantes pularam etapas da alfabetização, seja pelo fato de os profissionais que as acompanham considerarem que os mesmos terão a oportunidade de alcançar esta habilidades nos anos subsequentes o que pode ocorrer ou não ou, por terem necessidades educacionais especiais.
Chegando a fase adulta os educando também requerem e necessitam de ações alfabetizadoras por não estarem letradas. Existe uma incompatibilidade total entre a experiência prazerosa de leitura e a experiência de ler a fim de responder questionários de interpretação e compreensão, o que faz da interpretação um vilão em concursos e vestibulares .
Desta forma a literatura que é algo tão intenso e possuidor torna-se um mero embaralhado de letras que impacienta tanto quem o lê quanto quem o escuta. Onde se encontra o prazer do texto? Onde se encontra o seu poder de seduzir? Como mostrar para nossos alunos que literatura é fascinante? Como estimular os futuros leitores quebrando a barreira e mostrando que redação não é um ‘’bicho de sete cabeças ‘’?
Segundo MAGALHÃES (1984,P.21) ‘’o ler tornou-se em um instrumento de ilustração e sinal de civilidade’’; - O que FOUCAULT vai afirmar firmemente ser a forma como se ’’ decifra a história das ideias’’.
Para BORDINI em a Literatura ( 1993,p.13) ‘’ se todos os livros favorecem a descoberta de sentidos, são os textos literários que o fazem de modo mais abrangente’’.
Buscando lograr uma opção mais ampla sugiro a literatura de cordel como veículo atual, intenso e ímpar para fomentar no jovem moderno, que possui informações modificadas constantemente no agora a curiosidade e a capacidade de desenvolver-se como leitor hábil, culto e um valorizador da cultura baiana. Considerando que esta forma de literatura aproxima-se mais da regionalidade cultural que nos cerca por ser elaborada na simplicidade subjetiva do próprio autor.
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OBJETIVO GERAL
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· Promover a valorização da diversidade lingüística através da Literatura de Cordel, possibilitando aos educando a ampliação de seus conhecimentos, saberes e fazeres sobre o processo formativo dos falantes, nos usos e atribuições de suas falas;
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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· Apresentar aos jovens educando o cordel como uma forma de literatura popular;.
· Narrar situações do cotidiano ou do imaginário popular com uma linguagem e vocabulário simples, utilizando rimas rítmicas.
· Brincar com a palavra centrada no fazer artístico, apreciação da obra de arte e reflexão.
· Apreciar e usar a estrofação quadra, sextilha, setilha e décima.
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Projeto proposto em perspectiva positivista, fenomenológica e crítica dialética. Utilizando o método de abordagem tanto qualitativo quanto quantitativo, com os objetivos exploratórios, descritivo e explicativo, baseados nos procedimentos de estudo de caso e pesquisa de ação que serão conceituados e justificados a luz da investigação específica.
Será realizada uma pesquisa de campo em classes do 4º ano do ciclo, buscando amostras intencionais através de questionários, entrevista e observação com relatório contendo analise de dados, tabelas, gráficos, e ou analise de conteúdo.
O cordel remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos populares e orais, mantém-se até nossos dias como uma forma literária popular no Brasil que é genuinamente nordentina e seu nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal.
É feita com histórias emblemáticas ou cômicas, partindo sempre do imaginário popular, fator que estimula a leitura e a escrita, tendo como grandes temas as lendas, cangaço, futebol, crendices, política, romance e fatos cotidianos em pelejas, desafios ou o próprio nome em acrósticos.
Segundo João Firmino Cabral sua ‘’maior inspiração é a natureza’’. Não necessitando de muitos artefatos para produzir mais de 50 anos de histórias fantásticas.
Outro ícone da literatura de cordel Patativa do Assaré que esta sendo estudado em Sorbonne por ser um poeta genial, ele afirmava que ‘’para ser poeta não era preciso ser professor, bastava no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão’’.
Para Sigmund Freud, ‘’ a criação de fantasias é uma parcela da atividade psíquica que se mantém, independentemente do princípio da realidade, e é submetida unicamente ao princípio do prazer’’.
Entre os principais cultores do gênero baiano cito Rodolfo Coelho Cavalcanti, Pilligra, Minelvino Silva, Franklin Maxado, Paraíba da Viola, Antônio Barreto, Gilton Thomaz, Poeta, Marcimedes, Galvão...
IMPLICAÇÕES ÉTICAS
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O trabalho será desenvolvido por meio oficinas, aulas expositivas e lúdica participativa.
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