Socialização e ludicidade com a criança deficiente auditiva
Como uma criança deficiente auditiva interagi e brinca como outras crianças , adaptando-se e compreendendo as regras das brincadeiras ? Como ocorre a apreensão dos sons para esta criança? Como o docente ensina conteúdos a essa criança? Como esta criança é vista pelo professor e pela unidade escolar? Quais procedimentos metodológicos podem ser adotados para que a aprendizagem seja facilitada? Até que ponto a deficiência interfere na condição de aprendizagem? Os adultos que lidam com essa criança conseguem diferenciar a deficiência auditiva da capacidade de aprendizagem? Porque ou como esta criança deficiente auditiva compreende, aprende e interagi nas brincadeiras?
Supomos que a criança elabora mentalmente uma imagem para aquelas coisas que gosta, atribuindo a imagem sinais próprios, gestos do outro, reações corporais e por observar os demais consegue compreender o que se passa ao redor de modo a interagir naquilo que lhe interessa.
Sendo que alguns adultos vêem como iguais os deficientes mentais e auditivo, supomos que isso interfere na socialização da criança deficiente auditiva de modo a ser considerada ‘’muda e surda’’, ao invés de pontuarem apenas a surdez, pois o deficiente auditivo não expressa-se com a fala oral por não escutar, mais ao apreender libras sua comunicação é total.
No mais sugerimos que nas salas de aula do ensino regular onde freqüentem alunos deficiente auditivo para que haja inclusão real, seja permitido a estes alunos com necessidades educacionais especiais o acompanhamento de um especialista em libras tanto para conduzir o entendimento do aluno , quanto para favorecer a comunicação entre este e os demais.
Publico alvo:
· Alunos deficiente auditivo na Educação Infantil pré-escolar inseridos no ensino regular .
· Familiares de aluno deficiente auditivo;
· Equipe escolar da referida unidade;
· Comunidade na qual está inserida a escola.
Objetivo geral
· Realizar pesquisa nas classes de Educação Infantil pré-escolar para estudo de caso, considerando o comportamento do deficiente auditivo como base da pesquisa.
· Pesquisar a interação inclusiva nas brincadeiras, no lúdico didático e na socialização.
· Relatar a visão de pais, professores e das próprias crianças para com o deficiente auditivo.
· Informar à sociedade que deficiência auditiva e deficiência mental são diferentes.
Objetivos específicos.
· Provocar a ação desejante por apreender através do lúdico;
· Identificar comportamentos que efetive o contato social;
· Observar como a criança deficiente auditiva manuseia objetos sonoros;
· Verificar se os pontos que dificultam a aprendizagem dependem exclusivamente da deficiência auditiva;
· Destacar a integração do surdo em determinado meio cultural escolar;
· Observar como ocorre a apreensão dos sons para a crianças com necessidades educacionais especiais auditiva.
· Aprimorar materiais lúdicos para favorecer a inclusão da criança com deficiência auditiva em atividades lúdicas nas idades entre 5 anos e 6 anos.
· Sugerir junto a Secretária de Educação a participação da família do deficiente auditivo em aulas de linguagem em nível de recepção e emissão oral da utilização da Língua Brasileira de Sinais;
· Distribuir folhetos informando a comunidade a diferença entre deficiência auditiva e mental.
· Promover palestra com psicopedagoga e fonoaudióloga para informar a comunidade escolar como a unidade pode incluir o surdo.
Período:
Um ano.
Justificativa
‘’No brincar a criança projeta as atividades adultas da sua cultura, que pressupõe seus futuros papéis e valores’’ Vygotsky ( 2007 ). É possível que brincando a criança aprimore as idéias que possui, os sons maternos, assim quanto mais a criança for exposta ao contato social, mais ela vai desenvolver áreas da sua aprendizagem, quanto a isso Freire (1977 p.35) vai dizer que ‘’não há educação fora das sociedades humanas e não há homem vazio’’.
A Constituição Federal (1988 – Art. 208 e 227 ) vem nos lembrar que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino. E como um meio complementar a Lei Federal CORDE 7.853 (1989) que regulamenta o Decreto 3.298 (1999)- Art.24 a 29 – vai exigir a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
A linguagem na comunicação social humana demanda abstração e a codificação,por isso deve ser simples e desprovida de muitos símbolos,sendo que crianças com necessidades educacionais especiais necessitam da simplicidade comunicativa pois a ação verbal tem que ser decodificada e codificada mentalmente para que tenha sentido, com base nisso afirmamos que a linguagem esta ligada a capacidade simbólica e a representação principalmente nos deficientes auditivos. Por isso apontamos a Lei Federal 10.436 (2002), que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, como uma nova língua garantidora da inclusão comunicativa para com o deficiente auditivo. Que deveria ser obrigatória nas classes do ensino regular onde estes alunos estão inseridos
A comunicação gestual se desenvolve primordialmente por ser menos complexas e requer habilidades psicomotoras coordenativas. Já a psicomotricidade que resulta da ação do sistema nervoso sobre o muscular requer um pouco mais de tempo e treino para que seja estimulada e desenvolvida.
PROCEDIMENTOS
Ações iniciais:
· Reuniões com o grupo de discentes da UESC, que idealizou o projeto para elaborar a entrevista, marcar dia para visitar a escola...
· Visitas a unidades escolares da Educação Infantil pré-escolar.
· Entrevistas com docentes da unidade, pais de alunos, diretor e coordenador da unidade, bem como com pessoas da comunidade onde esta localizada a escola.
· Determinação inicial de qual caso será aprofundado na pesquisa.
Ações seguintes:
· Estudo de caso da criança deficiente auditiva considerando a interação e a socialização no ambiente escolar e na comunidade na qual esta inserida.
· Analise dos dados das pesquisas.
· Quantificar e qualificar os dados conseguidos;
· Sugestão junto a unidade escolar de palestra com a psicopedagoga ou psicóloga sobre a inclusão do deficiente auditivo.
· Confecção de folheto explicativo diferenciando deficiente mental de deficiente auditivo.
· Buscar junto a comunidade de recursos para imprimir os folhetos.
· Culminância com divulgação dos resultados da pesquisa para com a comunidade.
· Relatório da escrito da pesquisa
Considerações finais
Em Amargosa em muitas comunidades tanto da zona rural quanto urbana, muitos deficientes auditivos são vistos e considerados pela família e pelos demais como deficiente mental, e isso necessita ser modificado. Assim com essa visão preconceituosa a criança já na pré-escola é rotulada sem que a mesma tenha a oportunidade de mostra à diferença.
Algumas de nós já tivemos alunos surdo, e na época não possuíamos o conhecimento que nos foi oferecido pela UESC, dado a isso tivemos muitas dificuldades para trabalhar com essas crianças, não sabíamos como facilitar a aprendizagem desta criança, nem como ajudar esta criança que sempre era excluída na interação com os outros alunos. A família sempre dificultava a aprendizagem afirmando que ‘’a criança estava ali por que era obrigada mais sabiam que este não aprenderia nada’’.
Na comunidade estas crianças ou ficavam escondidas em casa saindo apenas para ir à escola ou não saiam por nada. A relação entre professor e aluno era sempre angustiante, pois o docente ignorava a capacidade do deficiente auditivo e passava a gesticular apontando coisas e lugares ao invés de buscar qualificação profissional ou oportunizar a criança surda em experiências orais ao falar e mostrar o banheiro em contrario de só mostrar, por exemplo .
Quando inicia o ano letivo é disponibilizado para a professor uma turma com mais de 30 alunos, entre os quais há crianças com variadas deficiências e o docente despreparado não sabe o que fazer com este aluno. Tem apenas uma certeza enganosa de que o aluno com NEE, não vai aprender tanto quanto os outros, como se a deficiência biológica determinasse a capacidade de aprendizagem que sabemos ser fator cognitivo.
Considerando estas situações a cima citadas e tantas outras, e com base no conhecimento adquirido na disciplina Educação Inclusiva, nos sentimos na condição de agentes multiplicadores, com o direito e a obrigação de repassar o que nos foi ensinado
Referencias:
A criança surda. GOLDFELD, Marcia. Linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 2ª Ed. Plexus: 2002. P. 170
Pedagogia: Educação Especial – EAD: módulos 1 a 4, volume 1 / Elaboração de conteúdos: Maria Angela ,Monteiro Corrêa .-Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ: UAB/UESC,2010.